[Sou agora um poema, um espaço etéreo, o pensamento de uma ilusão. Existo nesse segundo exíguo onde fiquei a aguardar o minuto seguinte e a pele estremece muito na delicadeza desse pensar. Procuro captar a imagem da memória. Fotografo esses dias nos meus olhos. Vejo num olhar afastado e sorrio com um sorriso velho de quem se reconhece criança nessa bolha feliz, sob a doçura sombria de um amor que não pertence aos homens. Serei anjo sem direito a queda e habito-me por detrás da carne triste. Aceno como quem diz adeus, despeço-me como quem abraça um quase milagre, uma canção suspensa, e se abandona numa força gravitacional nula, no perene movimento de um universo que dizemos inteligente.]













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