[Uma casa nunca está em silêncio. As fotografias que deixamos nas prateleiras são uma espécie de oásis feliz. O quadro da sala acompanha-me os passos. Sinto-o sempre. O deserto que trouxe nos bolsos aquece-me dentro do frasco, ali, junto aos livros. E os livros, ah os livros, gritam muito e reclamam um novo olhar. O vinil não sossega esse ruído, bem pelo contrário, inflama momentos presos no tempo. O cheiro do sabonete, hoje, quando abri a gaveta do armário do quarto, trouxe até mim a infância.

O que fomos sorri na distância do somos agora. Umas vezes, com um sorriso maroto. Outras vezes, quantas vezes, cínico pelo absurdo que carregamos.]












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