Os silogismos parecem não ser assim tão lógicos quando distantes das consequências e estremeci ao pensar que seria necessário aprender a ver viver os homens que arriscam abdicar da liberdade em troca de uma promessa de segurança [e que segurança pode haver na escravidão?].
Inevitavelmente, regressei a Arendt e senti a frescura das suas palavras ponderadas, sábias. É preciso 'parar para pensar', é urgente proporcionar ao eu pensante um diálogo interior. Não são posições ideológicas que me assustam sobremaneira. Vivemos uma democracia. Assustam-me os que facilmente absorvem posições extremadas sem questionamento, sem o diálogo interior que exercita a memória, analisa premissas e decide em consciência.
São tantas as vezes em que desejo silenciar essa voz interior que não me dá paz... No entanto, há momentos em que sossego e sinto o privilégio que é poder pensar.
* imagem: campo de concentração Terezín
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