[Fixo o olhar no croupier e percebo-lhe os traços do anjo da morte. Estranha e feroz parecença. Consigo entretanto relaxar a visão e continuar a insana tarefa de descobrir um qualquer padrão no jogo, mas a frieza matemática do lançador de dados retrai-me. Domina as regras, cumpre a sua função e o resultado pouco lhe importa. Sabe, no fundo, que enlouqueceria se arriscasse um olhar humano e atentasse ao coração dos que aqui, comigo, estão cheios da sorte a bailar nos olhos. Arrisco eu esse olhar humano e vejo-me, sozinha, à mercê da sua mão. Tenho a vida exposta num ecrã e na grande arena verde entendo a gravidade das minhas escolhas. 
Prometo abandonar o jogo quando estiver a ganhar...]

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