Comi a primeira panqueca marroquina em Chefchaouen, à chegada. (...) Morria por uma última panqueca com queijo e mel... Salivava só de pensar na dita. Sem tempo, aventurei-me por uma rua estranha, oposta à que me era familiar, e arrisquei entrar num mercado estreito, muito antigo. Para que conste, há 'tascas' em Marraquexe. Sem tempo, reforço, decidi sentar-me na única mesa que havia ali. Pousei a mochila. Umas 8 cadeiras velhas aproximavam quem, como eu, decidia ocupar os lugares. Sentaram-se dois rapazes. O dialecto marroquino, onde abunda o francês, permitiu-me perceber o teor da conversa. 'Thé à la menthe, síl vous plaît. Et une crêpe avec du fromage et miel.', pedi. O rapaz, gémeo de outro que também servia, conseguiu perceber o meu francês enviesado. (...) Usufrui aquele último momento intensamente. Muito devagar. Ao olhar para a ruela, para o ambiente do mercado, para as pessoas, quis guardar as cores, o cheiro e os sons. Sem tempo, reforço ainda, corri para o taxi e notei que, afinal, o tempo parara. Cheguei a horas ao aeroporto.'

Diário de uma Viagem por Marrocos

SS, Marraquexe, 2017 (foto: Chefchaouen)








Comentários

Mensagens populares